Cuidados de Saúde na ilha Terceira retrocederam nos últimos três anos
A saúde é amplamente reconhecida como o maior e o melhor recurso para o desenvolvimento social, económico e pessoal, assim como uma das mais importantes dimensões da qualidade de vida.
Porém, o que se está a verificar é um retrocesso dos cuidados de saúde na ilha Terceira, com o aumento das listas de espera para cirurgia e de consultas no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, que são o reflexo evidente do desinvestimento da coligação no principal foco deste setor: a saúde dos Terceirenses.
Na verdade, está em causa a saúde dos Terceirenses, o rendimento das suas famílias e a economia da nossa ilha. Isto porque quem está a aguardar tratamentos em lista de espera está de baixa e perde rendimentos, afetando a sua vida pessoal e familiar, a economia e até a autoestima e bem-estar.
Sim, estamos a falar da acessibilidade aos cuidados de saúde que se pretende que aconteça quando efetivamente cada a pessoa necessite e nas melhores condições possíveis. Objetivo este cada vez mais distante.
Deste modo, recuperar o tempo perdido, passa pelo investimento estratégico de contratação de médicos para o HSEIT, sem os quais não é possível ter os tempos operatórios necessários para as tão necessárias cirurgias e sem os quais não é possível ter as consultas atempadamente. Mas para tal exige-se uma visão estratégica e um compromisso (o que não acontece por parte da coligação), com abertura de concursos atempados, dando-lhes condições de trabalho para que estes se mantenham ligados ao HSEIT e não rescindam os contratos como tem vindo a acontecer, com as consequências que todos conhecemos.
Outra questão sensível e de grande importância é a Deslocação de Doentes, quer na RAA, quer para o continente, que tem sido esquecida pela coligação. É preciso relembrar que o contexto económico mudou, tornando-se imperioso reforçar os apoios do Regime de Deslocação de Doentes, dado o aumento exponencial dos custos com alojamento e alimentação, para além da necessidade de rever o processo organizativo e da respetiva portaria de apoio ao doente deslocado. Tem-nos chegado informação de muitas pessoas deslocadas em hospitais do continente que ao pagarem alojamento e transportes, ficam sem capacidade para pagar a devida alimentação. Algo tem de mudar.
Fundamental também, garantir a sustentabilidade da cadeia de fornecimento de bens de consumo hospitalar, através do reforço do financiamento das unidades de saúde da ilha Terceira (algo que não está a ser cumprido pela coligação), que garanta a prestação de cuidados de saúde de qualidade, reduzindo substancialmente o prazo médio de pagamentos a fornecedores, promovendo a eficácia e eficiência da aplicação dos recursos e assegurando resultados operacionais equilibrados nestas unidades de saúde e para as empresas fornecedoras.